VICENTE
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O dia 27 de setembro faz memória de um dos maiores santos católicos de todos os tempos: São Vicente de Paulo. Conhecido como um dos reformadores da Igreja no século XVI, principalmente por seu espírito caritativo. Sempre priorizou os enfermos e os necessitados em geral. Levou aos pobres não apenas a ajuda material, aquela do pão e do remédio, mas sobretudo o Pão da Vida que é o próprio Cristo presente nos sacramentos.
Não pensem que pretendo aqui fazer um resumo biográfico de São Vicente de Paulo. Tal conteúdo já se encontra disponível às tantas em muitas partes. Sugiro, fortemente, que todos procurem conhecer a vida e a obra deste grande modelo de santidade, um homem que serviu de referência para outros tantos homens e mulheres sintonizados com a espiritualidade vicentina.
Este nome tem importância vital para mim. Primeiro porque Deus me concedeu ter como pai um homem chamado Vicente, o "Seu Vicente" ou "Vicentinho", como o chamavam os colegas de trabalho. Depois porque Deus também me concedeu ter como pai na Fé outro com o mesmo nome: Dom Vicente Costa, o bispo de Jundiaí que me ordenou sacerdote. Tenho ainda muitos outros conhecidos que assim se chamam. Tenho até uma amiga cujo sobrenome é Vicente.
Para além do nome, são milhares as pessoas que conheço que fazem parte da Família Vicentina. Atuam principalmente nas Confrarias e num serviço muito discreto, como a Pastoral do Quilo, que se ocupa de arrecadar alimentos e formar cestas-básicas para distribuição aos pobres. Há também, em várias cidades brasileiras e mundo afora, as chamadas vilas "Vicentinas", lares para acolher idosos que, sem contar com o apoio da Família ou do Estado, são acolhidos pela Igreja para que vivam com dignidade os últimos anos desta vida terrena.
Como cristãos somos chamados a viver a caridade de modo perfeito, em duas correntes simultâneas. Primeiro, a caridade no espírito. Esta nos une a Deus na vida interior de oração, fazendo-nos amar e rezar por nossos irmãos e irmãs. A outra corrente é a caridade prática, que nos faz arregaçar as mangas a serviço dos necessitados. Viver uma, sem a outra, denota uma caridade imperfeita.
É por isso que não basta a Fé sem obras. Se temos esse amor-caridade em nossa alma, esse sentimento divino nos impulsionará na vontade e realizaremos muitas coisas em favor do próximo e por amor a Deus. É por isso que não bastam as obras sem a Fé. Se for apenas para parecer bonzinho ou levar alguma vantagem, a caridade é falsa. Se for apenas para anestesiar a consciência culpada, é um veneno e um falso alívio.
O dito popular afirma que devemos fazer o bem sem olhar a quem. Penso que, para sermos fiéis ao Evangelho, precisamos ficar apenas com metade da frase: "fazer o bem". Se nos dedicarmos a isso, receberemos de Deus uma bela recompensa. Pratiquemos a caridade como nos pede Jesus Cristo. E os nossos julgamentos, guardemo-los para nós mesmos.
O nome Vicente significa "vencedor". Com a intercessão de São Vicente de Paulo, possamos pedir a graça de viver, sentir e praticar a caridade diariamente, vencendo pelo Amor as mazelas, tristezas e egoísmos do mundo. Mesmo que seja difícil, jamais esqueçamos: o Amor, vencerá!
São Vicente de Paulo, rogai por nós!
Amém.
(Pe. Sala é jornalista e escritor, professor e teólogo, membro da Academia Ituana de Letras)