RESSUSCITEMOS! ALELUIA!

Eu sei que as coisas andam difíceis. Aliás, mais que complicadas. Estou ciente de que a maioria das pessoas está imersa na confusão e na descrença, no desespero e no medo. Ao passar por cima do muro dos meus dramas particulares, tenho uma noção bastante ampla a respeito do sofrimento alheio na atualidade. Falando com muitos irmãos e irmãs, uma triste diversidade de histórias ruins chega ao meu conhecimento.

Posso rezar. E rezo. Posso pensar. E medito. Posso falar. Às vezes tenho que ser profeta. Outras vezes devo calar e guardar tudo no coração, como me ensinou a Virgem Maria. Se entendo tudo o que vem acontecendo? Nem tudo. Algumas coisas são evidentes. Outras, misteriosas.

No turbilhão de sentimentos afetados; na tempestade de informações reais e falsas; na quantidade enorme de amizades afastadas ou interrompidas para sempre, faço como inúmeras pessoas: olho para o fim do túnel, na tentativa de enxergar o que de lá virá.

Aprendi com um ótimo padre que, se a vida é uma constante questão, a Fé é sua resposta perene. Se depositarmos nossas expectativas apenas em vacinas e tratamentos, não será suficiente. O deus-ciência não tem todas as soluções e a realidade cotidiana tem provado isso tacitamente.

Sei que, para alguns, sempre parece ingênuo falar de Fé quando o mundo anda atolado num pandemônio (pandemia + dedo do demônio). Porém, quando é que a luz se torna necessária? Quando reinam as trevas. Quando é que se precisa de um bote? Quando o navio está para afundar. Quando é que o ar se torna indispensável? Quando ele realmente falta nos pulmões.

Sempre insisto e continuarei insistindo, insistentemente: agora é a hora de reforçar, na vida de cada um de nós, o item essencial da Fé, nossa FÉ+RRAMENTA, contra o Mal presente no mundo. Cada um tem a opção de tentar usá-la ou não. Mas ainda não descobri qual é a grande vantagem dos que a rejeitam... O "prêmio" dessa escolha é mais desespero e sofrimento.

A Sexta-Feira da Paixão é, para os cristãos, caminhar junto com o Filho do Homem que sofreu o maior drama, a mais violenta e vergonhosa morte de que se tem notícia na história da humanidade. É ser testemunha do poder das trevas e do ódio, da força avassaladora e destrutiva do reino da mentira. Sem dúvida alguma, é sofrer com a injustiça da pena de morte aplicada a Jesus e que, para muitos naquele tempo, foi uma pedra de toneladas em cima do Amor, da Misericórdia e da presença de Deus entre os seres humanos.

Como ficarão as coisas no futuro? Haverá esperança? Dias melhores virão? As respostas existem, mesmo que algumas não estejam ainda tão claras. Mas de uma coisa tenho certeza: sem a Fé e sem o Cristo, nada será melhor. É justamente a Fé em Jesus que nos renova diariamente a Esperança e os demais dons que nos chegam direto do céu.

Naquele tempo, o filho de Maria de Nazaré ressuscitou e este fato histórico foi testemunhado por muitas pessoas. Por incrível que pareça, o impossível aconteceu. Não foi só Fé, foi fato.

Ainda há quem se esqueça de que Deus é especialista em realizar coisas aparentemente impossíveis, quanto mais em relação aos seres humanos. Nós somos ordinários, vivemos sob o ordenamento da nossa natureza. O Criador, não. Deus é extraordinário, muito além do que imagina a nossa vã filosofia. Páscoa, é também isso: insistir que ninguém se esqueça, duvide ou subestime o poder do Senhor Deus do Universo.

Caso a Fé e a Esperança tenham morrido no seu coração, é chegada a hora da Ressurreição. Renove esses dons divinos na sua vida e na sua alma, acreditando com toda a sua força no poder do Ressuscitado. Tenha Fé em Deus, tenha Fé na vida (como diria o outro). A Luz está ali, no fim do túnel. E essa Luz, é Jesus. Ressuscitemos, aleluia! Com Cristo, somos mais que vencedores!

Uma santa, feliz e abençoada Páscoa!

Amém.

(Pe. Sala é jornalista e escritor, professor e teólogo, membro da Academia Ituana de Letras)

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