LIBERDADE

Quem recebeu do Criador o dom da vida deve defendê-la de várias formas e em todas as circunstâncias. Feito à imagem e semelhança de Deus, cada ser humano tem o direito de nascer e de permanecer vivo até sua morte natural. É algo sagrado e que independe de qualquer lei complementar oriunda de sistemas ou regimes de governo.

Depois do dom da vida, o valor mais sagrado é o da liberdade. Sim, pois o próprio Pai Celeste nos criou livres. O dom do livre-arbítrio é prova disso. Somos livres para viver conforme nossos projetos e ideais. Somos livres para escolher nossa profissão e relacionamentos. Somos livres até mesmo para decidirmos abraçar a Fé em Cristo ou não.

A vida, sem liberdade, não pode realmente ser chamada assim. Os não livres são escravos e o escravo não faz o que deseja da própria vida. Sua vontade está sempre submissa a outrem, por algum tipo de opressão ou violência. Há muitos que não vivem realmente livres neste mundo e com isso se acostumam, abrindo mão de um direito inalienável.

O ser humano é pródigo em maus exemplos no uso da própria liberdade, principalmente quando escolhe o caminho do mal e do pecado. Assim ele transforma um dom sagrado em terrível "libertinagem", prejudicando-se a si mesmo e às outras pessoas. Há também os que não respeitam a liberdade alheia, tornando-se fiscais não eleitos das vontades do próximo.

A liberdade é essencial, tanto no plano físico quanto no espiritual. Precisamos exercer o nosso direito de ir e vir, a nossa liberdade de expressão, de voto, de escolha de religião, etc. Precisamos ser livres para pensar e livres para rezar. Precisamos libertar a nossa alma da escravidão do pecado, pois foi para a liberdade que Cristo nos libertou.

O mundo anda cada vez mais opressor e, sem que percebamos, a nossa liberdade vai sendo tolhida paulatinamente. Dizem que o preço da liberdade é a eterna vigilância. Poisé. Numa sociedade cada vez mais distraída com futilidades há muita gente dando bobeira, com sua liberdade sendo roubada debaixo do próprio nariz. Quando perceberem, o queijo já estará na barriga do rato.

Vivemos numa sociedade globalizada, midiática, instantânea e cada vez mais policialesca. Isso se manifesta em vários setores, mas principalmente nas redes sociais, onde idéias e ideais são censurados ao gosto do freguês, pensamentos e posturas são condenados por uma patrulha ideológica sempre de plantão. Eis a sociedade livre para fazer dancinhas no tik-tok, mas impedida de aprofundar debates verdadeiramente sérios.

Muito facilmente alguns governantes proíbem os cidadãos de irem aqui ou ali, seja uma praia ou pracinha pública. Impedem as pessoas de frequentar restaurantes e cinemas. Roubam o direito de nos reunirmos em festas privadas ou na igreja. Tudo isso feito com mil justificativas e para o "nosso bem", mas no fundo para tirar a nossa liberdade.

Há quem aceite as coisas assim. Eu, jamais. Como diz o outro, os escravos servirão. Mas quem não tem espírito de covardia, quem preza pela própria liberdade, jamais se conformará com o grau de opressão que alguns tentam impingir aos seres humanos. Não vendo minha liberdade por um prato de ração, tampouco por alguns trocados do governo.

Sim, a liberdade deve ser defendida. Para vivermos em paz, às vezes é necessário um pouco de luta. É o preço de viver no mundo e na sociedade em que estamos. Há quem não ligue e ache tudo isso uma tremenda bobagem. São os que já se acostumaram com as pequenas e grandes escravidões, pessoais e coletivas. Cavalo acostumado com cabresto não reclama do peso da carroça.

Liberdade, sempre. E que Deus continue nos ajudando.

Amém!

(Pe. Sala é jornalista e escritor, professor e teólogo, membro da Academia Ituana de Letras)

© 2020 Portal Amém | Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora