JESUS NÃO É SOCIALISTA
O fim da década de 1960 e o início da década de 1970 marcaram um movimento mundial de contra-cultura em relação aos costumes e tradições. O problema foi justamente a falta de cultura dessa turma que, à clássica maneira do pensamento revolucionário, quis destruir as bases da civilização esperando, inocentemente, que o telhado se mantivesse intacto. Criaram uma casa, muito engraçada, na Rua dos Bobos, número zero. É claro que, nessa confusão toda, também mexeram com Jesus Cristo.
No Brasil, a cultura hippie traduziu-se na chamada "Tropicália" dos nossos bichos-grilos tupiniquins. No campo teológico, piorando ainda mais a situação, instalou-se de vez no clero brasileiro a famigerada, a maldita, a demoníaca "Teologia da Libertação" (TL). Que, convenhamos, de teologia não tem nada (é fácil desmontar qualquer uma de suas bobagens) e, de libertação, menos ainda: pois os primeiros escravos são os que aderem à essa heresia várias vezes condenada pela Igreja.
Resumindo bastante, a fim de poupar os leitores, basta dizer que a TL foi inventada nos bastidores da antiga KGB, o serviço soviético de inteligência. Seguindo à risca o ideal de Gramsci, o plano era infiltrar-se na Igreja Católica em todos os seus segmentos e camadas, iniciando por contaminar a sua Teologia, o arcabouço intelectual católico, o nosso depósito da Fé. Deram um jeito de adaptar o marxismo ao Evangelho, muito forçadamente. Marx era amante do diabo. Nada que vem dele é adaptável a Cristo.
São incontáveis os estragos que as excrecências da TL fizeram à Igreja, no Brasil e no mundo inteiro. Mas um grande prejuízo foi grudar, no senso comum do imaginário popular, o rótulo de que Jesus seria uma espécie de hippie judeu de dois milênios atrás. Atacando os ricos e os poderosos, pregando a partilha dos bens materiais, o Nazareno seria contra o capitalismo e a propriedade privada, etc. Na prática, teríamos um Cristo socialista preocupado em criar um "Paraíso terrestre". Céu? Para quê?
Em primeiro lugar é preciso desconstruir tudo isso e muito mais. A missão sagrada e única de Cristo foi salvar a humanidade do pecado e não estabelecer um regime sócio-econômico. O Mestre sabia que, para além das coisas temporais e materiais desta vida, mais importante são as coisas eternas e intangíveis. Embora pregasse uma vida de simplicidade e partilha, Cristo não demonizava o dinheiro ou os ricaços. Na cultura judaica, ser rico é uma bênção. Só no Brasil a riqueza é algo ruim, por causa da mentalidade invejosa e vagabunda de muitas pessoas.
Ao focar em demasia nas questões terrestres, a TL leva os incautos ao abismo do relaxo espiritual. Para os adeptos, rezar é perda de tempo. Sacramentos são coisas inventadas pela Igreja para controlar os fiéis. O inferno não existe, pois pregam uma misericórdia sem justiça. Deus vai nos dar a salvação a depender de quantas políticas públicas fomentamos, quantas cestas básicas doamos, quantos políticos elegemos, etc. Quem prega a TL pretende uma igreja falsa, em total desacordo com a fundada por Cristo.
Na primeira vinda, Jesus já tinha o poder de derrubar o Império Romano, fazer-se rei e governar o mundo. Mas a missão não era essa. Ele não foi socialista e não pode ser resumido em qualquer outro "ista". Veio nos dar a verdadeira libertação, que é a dos pecados. O resto é conversa fiada, desonestidade intelectual ou mau-caratismo puro e simples. Não há como "passar pano" para a TL. É o mesmo que compactuar com o diabo.